Demência que acomete Kubrusly pode atingir adultos a partir dos 45 anos; Caps oferece tratamento na Bahia
Mudanças no comportamento e personalidade ou apatia são alguns dos “sintomas precoces” que alertam para a demência frontotemporal, (DFT). A doença neurológica ganhou mais atenção da população, após acometer o jornalista Maurício Kubrusly, que hoje vive no sul da Bahia com a esposa, Beatriz Goulart, após ser diagnosticado com a enfermidade.
A doença que é degenerativa, seria uma das principais responsáveis por casos de demências e outras enfermidades do tipo. De acordo com a médica neurologista Roberta Kauark, a demência frontotemporal atinge de maneira geral pessoas com idade média entre 45 e 65 anos.
“A demência frontotemporal é uma doença degenerativa que é a segunda mais comum em pacientes mais jovens, ou seja, com menos de 65 anos, que é habitualmente a idade que a gente começa a ver as eminências se instalarem. Essa enfermidade perde somente para Doença de Alzheimer”, explica.
Diferentemente do Alzheimer, a DFT impacta em parte a perda da memória. Segundo a especialista, a demência causa ainda a perda progressiva da memória e de outras funções cerebrais, além de limitar o paciente a executar atividades cotidianas.
“Essa demência vai evoluindo igual às outras. Ela vai pegando as funções, pegando a memória e as funções executivas, que é a capacidade do paciente planejar as coisas que vai fazer e aí vai limitando a funcionalidade do indivíduo. Eles vão desaprendendo a comer, tomar banho, urinar e vão necessitar cada vez maior de cuidados. Esses pacientes em alguns casos ficam acamados e muitas vezes acabam falecendo por complicações dessa doença”, explicou.
Além de alterações no comportamento, outros sintomas estão relacionados a linguagem e forma de falar. Por ser uma doença de caráter mental não existe um teste específico para isso, mas sim alguns critérios e avaliações que são feitas para detectar a enfermidade, conforme explicou a médica. Dentre elas estão a avaliação das habilidades mentais, exames de sangue e exames cerebrais.
“A gente sempre vai fazer um diagnóstico de provável ou possível. A gente tem os critérios centrais que utilizamos em torno dessas características que o paciente apresenta”, disse.
TRATAMENTOS
Assim como as outras demências, a DFT também não possui cura. Porém existem formas de controlar os sintomas, de tratar a enfermidade e acompanhar os pacientes. De acordo com o médico psiquiatra e professor de medicina da Faculdade de Zarns Salvador, Lucas Alves, o tratamento pode ter remédios antidepressivos, além de terapias e acompanhamento de profissionais de diferentes áreas da saúde.
“O tratamento é individualizado com remédios antidepressivos, antipsicótico e terapia multiprofissional. É uma das doenças que mais demandam terapia multinacional de psicólogos, assistentes sociais. Além de profissionais da área de saúde mental, tem profissionais que atuam também nessa parte de Neurologia, além de três áreas médicas que comumente atuam desse tratamento como a geriatria, quando ocorre em idosos”, detalha.
Na Bahia, os pacientes com DFT são acompanhados e tratados nos centros de Atenção Psicossocial (Caps), segundo informou a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab).
“Os tratamentos destes agravos são realizados nos centros de Atenção Psicossocial (Caps), que são estruturas mantidas pelas secretarias municipais de Saúde. O tratamento é realizado na atenção primária por clínico e/ou geriatra”, disse a Sesab ao Bahia Notícias.
Fonte: BA Noticías